Esse texto será muito curto
para fazer uma conexão com o título. A dura verdade da nossa geração é esta:
damos as migalhas para Deus. Geralmente, QUANDO dedicamos um tempo para Deus, é
um tempo extremamente reduzido (uma oraçãozinha pela manhã e olhe lá ou quem
sabe à noite, já com o corpo tomado pelo cansaço de um dia de trabalho). E
quando se trata da Igreja, o homem de hoje divide ainda mais as migalhas.
Acredita que basta ir à Santa Missa e já cumpriu sua obrigação como quem risca
uma atividade que deveria realizar na agenda e diz: pronto, já me livrei desse
encargo.
O pior é que muitas vezes o
homem – homem e mulher – vai à Igreja e “entra puro e sai vazio”, mesmo que
tenha recebido a Eucaristia, isto é, o Corpo Santíssimo de Nosso Senhor, o
alimento de vida eterna e, como Ele mesmo disse, “quem come deste pão e bebe
deste sangue jamais terá fome e sede” (Jo 6, 35)! Isso acontece por muitos
motivos, seja pela formação precária na catequese que não abre a cabeça ao
entendimento, seja porque o padre não se faz entender na homilia, seja pela
falta de generosidade com as coisas de Deus etc.
Existe uma piada entre nós que
diz que o sacramento que mais salva é o oitavo. Na verdade, só temos sete
sacramentos. O oitavo seria a ignorância, o desconhecimento. Acontece que a
tragédia de nossa geração é que, graças aos meios de comunicação,
principalmente, com a Internet, o acesso ao conteúdo espiritual ficou muito
facilitado. Por exemplo, canais como Canção Nova, TV Aparecida, Rede Vida,
Século XXI, que transmitem o Evangelho. Ou quem sabe nas redes sociais como a
página do Padre Paulo Ricardo no Facebook com mais de 1,3 milhões de seguidores.
Tudo muito fácil de encontrar: basta um clique no mouse ou um toque na tela do
celular.
O que nos falta hoje é a
vontade de nos esforçarmos em entrar pela porta estreita, “porque larga é a
porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por
aí entram” (Mt 7, 13). Quantas pessoas “de Igreja” você conhece e que vivem
igual ou pior como aqueles que estão no mundo? O Papa Francisco insiste em
combater a “mundanidade” que está na Igreja, que são aqueles que estão com o
corpo aparentemente dentro do templo, mas o coração está fora (Mt 6, 21), eles
têm a mente (a mentalidade) conformada com o mundo (Rm 12, 2).
Que câncer terrível nós
padecemos. Que câncer terrível que nenhuma “campanha de conscientização” pode
dar jeito. Que câncer terrível é o de dar a Deus sempre as migalhas, sempre as
sobras, sempre os restos da nossa vida. Um sábio disse certa vez que tudo o que
nos restava era DECIDIR o que faríamos com o tempo que nos deram.
A pergunta que me faço é: até quando daremos as migalhas para Deus?
A pergunta que me faço é: até quando daremos as migalhas para Deus?
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