segunda-feira, 20 de novembro de 2017

19 tipos de católico


Tivemos acesso a esse texto que diz muitas verdades sobre o nosso comportamento e o melhor é que faz isso de forma engraçada.

Confira e se prepare para rir:

1. CATÓLICO PETER PAN: Aquele que não cresce nunca.

2 CATÓLICO FISCAL: Só sabe criticar e fiscalizar as ações da Igreja, mas não faz nada.

3. CATÓLICO FANTÁSTICO: Só o vemos aos domingos na missa, e olhe lá.

4. CATÓLICO FLORZINHA: Qualquer probleminha com o padre ou com alguém, fica magoadinho(a) e sai da igreja.

5. CATÓLICO 007: Ninguém sabe que ele é católico.

6. CATÓLICO GABRIELA: Eu nasci assim, eu cresci assim e vou morrer assim.

7. CATÓLICO RAIMUNDO: Um pé na igreja e outro no mundo.

8. CATÓLICO CARRINHO DE MÃO: Precisa ser empurrado para trabalhar, principalmente na Igreja.

9. CATÓLICO PIPOCA: Vive pulando daqui pra ali: de pastoral em pastoral, de comunidade em comunidade e não se firma como membro de nenhuma.

10. CATÓLICO TIETE OU CARTEIRINHA DE FÃ CLUBE: Acompanha o padre artista aonde ele for. Só vai a missa de padre famoso.

11. CATÓLICO NASCER DO SOL: Só podemos contar com ele pra outro novo dia: "Hoje não dá... amanhã quem sabe..."

12. CATÓLICO QUICO DO CHAVES: não se mistura com a "gentalha".

13. CATÓLICO NOÉ: Nunca as coisas são com ele: "Noé comigo, irmão".

14. CATÓLICO DO CONTRA: Sempre arranja uma desculpa contrária para não colaborar.

15. CATÓLICO ESCOTEIRO: só aparece em época de acampamento.

16. CATÓLICO PROTESTANTE:Tá na Igreja Católica, mas é contra as imagens, não honra Maria, a mãe de Deus, não vai a uma procissão, não reza o terço, não faz novenas, não adora o Santíssimo Sacramento, prefere a reunião do grupo de oração a ir à Santa Missa.

17. CATÓLICO BIPOLAR: se diz católico, mas curte espiritismo, acredita em reencarnação e por aí vai...

18. CATÓLICO SUPERSTICIOSO: Consulta horóscopo, cartomante, usa amuletos...

19. CATÓLICO: Está na Igreja Católica, é a favor das imagens, honra Maria, a mãe de Deus, vai às procissões, reza o terço, faz novenas, adora o Santíssimo Sacramento, vai sempre à Santa Missa, se confessa quando comete pecado grave (Jo 20, 23), aprende com seus erros/pecados, não fica se achando só porque serve na igreja, não tem signo, não frequenta seitas, procura evangelizar sempre e é humilde.

Fonte: católicos na Bíblia.

sábado, 11 de novembro de 2017

Uma grande mística brasileira


Aos 55 anos de idade, pouco tempo antes de falecer


O nome de Madre Francisca de Jesus, fundadora da Companhia da Virgem, falecida a 28 de maio de 1932, é geralmente desconhecido entre nós. Confessamos que não fosse o livro do Revmo. Pe. Garrigou-Lagrange, O.P., ainda tudo ignoraríamos sobre aquela vida maravilhosa, marcada inteiramente com o selo da Divina Providência.


Livro do Pe. Garrigou-Lagrange, O.P., foi republicado em 2013 pela Editora Ecclesiae.
O Catolicismo é essencialmente místico. Não se confunda, porém, o misticismo da Igreja com certos fenômenos extraordinários, tais como visões, êxtases, revelações, que, às vezes, acompanham a vida religiosa. A misticidade consiste nas relações íntimas do fiel com Deus, provenientes da generosidade com que nos oferecemos integralmente, e da misericórdia com que Ele se digna operar em nós purificando-nos e santificando-nos. Esta purificação, produzida diretamente por Deus, caracterizada pelo sofrimento, é a realização em nós da Paixão de Cristo.

Ora, na vida de Madre Francisca de Jesus percebe-se claramente esta morte em Cristo. Em 1927, a grande fundadora passou pelas provas mais terríveis que se possam imaginar. Numa grande escuridão espiritual, ela se cria abandonada por Deus, como justo castigo de seus pecados, e prestes a cair no inferno. Nesta contingência, a conselho de seu diretor espiritual, escreveu a um dominicano de grande virtude e experiência, expondo-lhe sua situação e pedindo conselho. Na resposta, lê-se o seguinte: “É necessário experimentar esse vazio absoluto, para vir a se estar cheio da plenitude de Deus. E somente Deus pode consolar quem sofre esta prova!... É preciso configurar-se a Jesus Cristo no seu desfalecimento de Getsêmani e do Calvário, para encontrar uma nova vida gloriosa com Ele. Não é o ‘prelúdio de uma morte eterna’, como temeis, mas é a verdadeira morte mística para tudo e para si mesmo e o prelúdio da vida eterna...”

Como se vê, o misticismo católico, ao contrário do que muita gente pensa, é o antídoto específico da sentimentalidade religiosa, a moeda falsa da religião. Verifica-se aqui aquele pensamento de Jackson de Figueiredo, segundo o qual a fé não seria um lugar de repouso e de tranqüilidade, mas uma luta, muitas vezes atribulada.

É verdade que nem todos são chamados para os sofrimentos extraordinários, que caracterizaram a vida dos grandes Santos; mas é certo que todos têm de morrer a si mesmos, ao seu egoísmo, às suas paixões, ao seu “eu”, a tudo enfim que represente uma auto-afirmação do homem em face de Deus. Esta vocação é universal; aqueles que não a cumprem integralmente nesta vida, irão terminá-la no Purgatório. Porque o homem velho, filho do pecado e escravo do pecado, deve ser inteiramente destruído, aniquilado na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Lembram-se de S. Paulo?: “Porventura ignorais que todos fomos batizados em Jesus Cristo, batizados fomos na Sua morte? Porque fomos sepultados com Ele para morrer pelo batismo...” (ad Rom. 6, 3-4)

Portanto, a vida católica não é passível de estandardização, que seria uma espécie de religiosidade média, relativamente boa, acessível ao grande público. O Catolicismo, por sua própria natureza, é acessível a todos, mas não comporta “programas mínimos”. Há muitos que, na faina do apostolado, na preocupação de conquistar o maior número, vão passando adiante assim que notam uma certa conformação espiritual típica em seus prosélitos. Seria quase uma fabricação “em série” de católicos... Ora, enquanto não se tiver acendido o desejo de uma verdadeira santidade, tudo ainda estará por ser feito. O corretivo para semelhante inclinação encontra-se no estudo da vida e das obras dos grandes místicos da Igreja, que realizaram o que há de mais profundo e autêntico na religião.

Uma vocação

Palácio do Rio Negro (Petrópolis), onde nasceu e passou sua primeira infância Madre Francisca de Jesus.

Madre Francisca de Jesus chamou-se, no século, Francisca Carvalho do Rio Negro e era a nona filha dos barões do Rio Negro. Nasceu em Petrópolis a 27 de março de 1877, e passou sua primeira infância no Brasil. Ainda extremamente jovem, passou-se com sua família para a Europa, onde foram residir em Paris. Poucas vezes mais haveria de ver sua terra natal; porém, a obra que iria fundar em regiões distantes, pelos desígnios secretos da Providência, transportar-se-ia para o Brasil, vindo a realizar aqui, neste país tão necessitado de padres, o seu alto objetivo: a oração pelo Papa e pelas vocações sacerdotais.

Tudo isso, entretanto, não se passou sem grandes, sem enormes dificuldades. A futura fundadora estava longe de imaginar aquilo que o Céu esperava dela, mesmo porque o Céu não se deu pressa em lhe revelar seus desígnios, deixando-a perplexa por muito tempo.

Ainda em plena adolescência, por um impulso cuja espontaneidade só pode ser atribuída a uma inspiração sobrenatural, Francisca, diante de uma pequena imagem de Nossa Senhora de Lourdes, que sempre a acompanhava, ligou-se a Deus por um voto de virgindade perpétua. Saberia ela as lutas que a defesa deste voto lhe iria custar? Passado algum tempo, já na plena resplandecência de uma juventude magnífica, aparece-lhe a primeira proposta de casamento. O pretendente era do agrado dos Rio Negro. Francisca renova o seu voto, recusa-se com todas as forças, e acaba por vencer esta primeira prova. Vitória? Não... ela ainda estava muito distante de um triunfo completo. Durante 14 anos teve que se debater, resistindo à sua família, que por força queria casá-la. Mais do que isso, incompreendida por seu confessor, que declarava seu voto nulo. E considere-se que se tratava de um sacerdote virtuoso, de tanto merecimento, que acabou por ser elevado à dignidade episcopal.

Aos 23 anos

Acontece com as almas de eleição o que aconteceu com Jacó: têm de lutar com Anjos. Enquanto as pessoas imperfeitas têm de combater vícios, más inclinações, tentações da tríplice concupiscência, as almas de eleição têm de esmagar o que para outros poderia parecer dever de estado e até o santo dever de obediência ao diretor espiritual. É verdade que a regra é esta obediência, e a grande Santa Teresa mereceu diante de Deus, por haver obedecido ao seu diretor mesmo quando a aconselhava erradamente; mas no caso de Madre Francisca, a obediência iria ter resultados irreparáveis que comprometeriam irremediavelmente a sua vocação.

É o que, infelizmente, não é suficientemente compreendido: há certas ocasiões em que Deus desafia os seus escolhidos, para experimentá-los. Então, já não se trata de escolher entre o bem e o mal, mas entre deveres que se excluem, entre o bom e o ótimo. Se Francisca Carvalho do Rio Negro, em sua particular situação de predestinada, houvesse sido obediente aos desejos de sua família, a Igreja teria hoje uma ordem religiosa de menos.

O desafio de Deus 

Após anos, Francisca conseguiu convencer a todos desta verdade: Deus não a queria para o casamento. Quanto trabalho! Os pretendentes não lhe faltavam. Ela era de uma beleza pura, tranqüila e firme. Em sua fisionomia tudo era calmo e preciso: a testa alta, o nariz longo, retilíneo e afilado, a boca rasgada num talho convicto e harmonioso, tudo enquadrado no oval elegante de seu rosto, e iluminado por dois olhos profundos, expressivos e resolutos. A sua beleza era grande e digna. Nela não havia nada deste “engraçadinho” estandardizado e caricatural de “girl” cinematográfica, tão do agrado da pusilanimidade do gosto moderno pervertido e diminuído, que só se compraz no que é miúdo e bonitinho. Mas é preciso reconhecer que a beleza plena e íntegra tem um cunho tão alto de intelectualidade, que constrange qualquer sensualidade...

Em sua fisionomia tudo era calmo e preciso 

Francisca vencera a primeira batalha. Agora, no meio dia dos trinta anos, sua natureza afirmava-se na madureza da idade, ao mesmo passo que a sua vida espiritual era um campo fértil e trabalhado. E ei-la livre, inteiramente desobrigada por sua família e por seu diretor, pronta para atender ao primeiro apelo dAquele a quem ela se consagrara de corpo e alma!

Então... então este apelo se fez esperar por mais três anos. Francisca se viu na condição de uma pessoa que após ter sacrificado tudo por um ideal, parece perde-lo quando pensa alcançá-lo. Seu diretor obrigou-a a fazer várias experiências, mas todas resultaram infrutíferas, sem que se descobrisse o gênero de vida que Deus queria dela. “Eu queria fazer a vontade divina, custasse o que custasse, era impossível descobri-la!” - havia de escrever mais tarde, nas notas sobre este período de sua vida.

Encontra-se por ai, com relativa freqüência, a idéia de que é muito fácil descobrir-se a Vontade de Deus; bastaria que soubessemos ver, em todos os acontecimentos, esta mesma Vontade, e assim, conformando-nos com Ela, fossemos vivendo placidamente os dias de nossa vida, sem nenhum receio de estarmos frustrando nossa vocação especial. Sim, isto é verdade, mas é, apenas, a primeira parte da verdade. Está certo no que se refere à negação do espírito de revolta. Mas também é certo que muitas vezes Deus permite situações desfavoráveis não para que nos submetamos passivamente, mas para que combatamos, com humildade sempre, com ardor, todavia.

A fundação 

Em pleno mar (era Outubro; ela voltava, com sua mãe, de uma viagem ao Brasil, que, nunca mais tornaria a ver. Ela não era mais do que um ponto perdido na imensidade do Oceano, mas um ponto que era toda a predileção da Providência), em pleno mar, Francisca foi convidada por Deus para uma oração mais profunda; e, no meio do maior recolhimento, a bruma começou a desfazer-se, e ela começou, pouco a pouco, a ver claro em sua Vocação. Luzes extraordinárias começaram a instruí-la sobre o Sacerdócio, a Hierarquia Eclesiástica, o valor do Santo Sacrifício da Missa. E ela compreendeu que deveria ir a Roma, falar com o Santo Padre sobre a fundação de uma ordem religiosa que fosse destinada à oração e à imolação pelas intenções do Papa, pela Hierarquia e pelas vocações sacerdotais. Durante o resto da viagem este ideal se foi precisando, completando, esclarecendo, por obra dAquele mesmo que o havia inspirado.

Como de costume, não faltaram as contradições. Sua mãe e seu diretor, quando lhes expos seus desígnios, mostraram-lhe toda a dificuldade de semelhante pretensão. Mas, desta vez, não quiseram opor-se a nada. Pelo contrário, seu diretor escreveu uma carta de apresentação ao Cardeal Vives y Tuto, que lhe poderia conseguir a almejada audiência com o Santo Padre.

Enfim, em 13 de dezembro de 1910, foi recebida por S. Santidade Pio X. O grande pontífice, que ilustrou a Igreja pela santidade de sua vida, não tardou em perceber a origem sobrenatural dos ideais de Francisca. Concedeu-lhe várias entrevistas, e acabou por induzi-la a fazer um ensaio de fundação, à qual deu, desde logo, ao Cardeal Pompilli como protetor. Datam deste tempo suas primeiras companheiras, duas jovens que também se deixaram seduzir pelo elevado objetivo da imolação pelos interesses da Igreja. Para este pequeno grupo, o Santo Padre, em 26 de maio de 1912, concedeu o favor da Consagração das Virgens, o que se realizou pouco mais tarde, em 6 de fevereiro do mesmo ano. E este gérmen minúsculo da Companhia da Virgem fechou-se num apartamento do Corso d’Itália. Naquele momento as forças da civilização moderna ajustavam os lances gigantescos que deveriam determinar o futuro do mundo, um futuro naturalista e pagão; os preliminares da Grande Guerra já estavam concluídos. E, no meio desta imensa trama, Nosso Senhor estabelecia a conspiração mística de três pobres e frágeis mulheres, escondidas e humildes. O tempo, entretanto, há de mostrar quem era mais forte.

Com o desenvolvimento da fundação, tiveram de mudar-se para lugares mais espaçosos. Primeiro, a Villa Patrizi, perto da Porta Pia. Depois, a cômoda residência, cercada de jardins, da Via Tuscolana n° 367, esta já de propriedade da Congregação, onde a sua fundadora teve o cuidado de mandar construir uma pequena igreja, dedicada à Imaculada Conceição. Enfim, em 12 de junho de 1921, S. Em. o Cardeal Pompilli consagrou esse templo, e a casa recebeu o nome de ‘Priorado da Virgem’. Nesta ocasião, a baronesa do Rio Negro, achando que deveria dar plena liberdade à sua filha, voltou-se definitivamente para o Brasil. Se ainda algum laço prendia Francisca a este mundo, certamente era sua mãe. Este último desapegar-se foi-lhe dolorosíssimo. Daí por diante ela estava sozinha em terra estranha, mas também daí por diante a sua vida era Cristo.

A propriedade de sua Congregação, em Roma, na Via Tuscolana n° 367

O maravilhoso 

Então, Madre Francisca de Jesus atingiu aquela plenitude de vida cristã que é uma oposição ao terra a terra quotidiano, à mediocridade cíclica da rotina, que é uma libertação da vulgaridade do mundo exatamente porque as próprias coisas vulgares, que estão necessariamente ligadas ao viver terreno, adquirem um sentido novo e invulgar. É uma vida em segunda potência, em que as misérias, as tristezas e as alegrias são elevadas a um plano superior e transfiguradas, porque tudo é projetado para um ideal único, ao qual tudo se refere, tudo se sacrifica e tudo se compromete.

Já anteriormente Francisca tivera os primeiros reflexos desta vida maravilhosa. Aos 18 anos fora atingida, pela primeira vez, por aqueles sofrimentos de alma que são puramente espirituais, em que o fiel se descontenta profundamente consigo mesmo, na sua fome e sede de justiça, sofrimentos muitas vezes mais pungentes que as dores deste mundo, que não pode compreender tal razão de sofrer. Nesta abjeção de si mesma viveu 11 anos, quando, subitamente, foi iluminada por uma onda de consolações interiores em que ela começou a ser instruída sobre o objeto de sua vocação. Assim, muitas vezes recebeu graças extraordinárias, como as que já foram relatadas.

Agora, porém, depois da fundação, isto tudo atingiu a plena maturidade. Toda a sua vida tornou-se extraordinária, ainda mesmo quando resolvia as questiúnculas engendradas pelos equívocos, pelos mal-entendidos, pelas contradições, com que todas as fundações têm de se defrontar. Ao mesmo passo, voltaram-lhe, com redobrada violência, as penas interiores. E, como se tudo não bastasse, sua saúde comprometeu-se irremediavelmente, pois veio a contrair a terrível moléstia de Basedow, que é um envenenamento progressivo do organismo até a morte, envenenamento que vai ampliando a repercussão dos sofrimentos, de forma a transformar uma simples contrariedade num sofrimento quase intolerável. Por causa desta doença teve de sofrer uma séria operação em 1922. Logo no ano seguinte os médicos desesperaram de salvá-la; ela deveria ser operada novamente, desta vez de um abscesso no interior do crânio. Curou-se, entretanto, depois de uma novena a Pio X. Ainda outra vez foi curada milagrosamente de um flegmão, por intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus, que lhe apareceu.

Esta avalanche de contrariedades não impediu a fundadora de organizar cuidadosamente a vida interna de seu convento de contemplativas. Mas ela estava arrasada. Certa vez, em 28 de outubro de 1922, pensou sucumbir aos sofrimentos internos e externos que a submergiam. Num último alento, ainda encontrou forças para fazer este supremo oferecimento: “Entretanto, eu quero sofrer conVosco, meu Senhor Jesus”. Neste momento, ela viu ao seu Senhor Jesus, a Cruz às costas, seguido por uma turba ululante que lhe disse: “Quem sofreu tanto como Eu? Siga-me, preciso de ti. Recusarás vir?”

Não, não havia de ser a Madre Francisca de Jesus quem recusaria segui-Lo. Imediatamente Lhe pede perdão, e suplica-Lhe queira infundir um verdadeiro amor. Como lembrança desta graça extraordinária, a Santa Face de Jesus imprimiu-se na parede da cela, como outrora no lenço da Verônica.

Até hoje lá se pode ver, protegida por um vidro.


Ainda mais tarde, numa outra contingência em que a Fundação atravessava períodos difíceis, Madre Francisca, novamente assoberbada por abatimentos mortais, ouviu ao falecido Papa Pio X, que numa voz interior lhe disse: “À tua obra, que também é minha, nenhum mal será feito”.

Em fins de 1928, diversas postulantes, em que ela depositava as maiores esperanças, abandonaram o Priorado. Madre Francisca não era pessoa para se mover ao afeto por razões superficiais; mas o afeto, nela, era um sentimento profundo e forte, de como só as almas fortes são capazes, sem puerilidades ou sentimentalismos, mas grande, generoso e, mais do que tudo, racional. Aquele "forfait" de suas filhas mais queridas atingiu-lhe o fundo da alma, portanto, e despedaçou-lhe o coração. Uma voz interior se fez ouvir para a consolar: “Serás sacudida, tu e a tua barca, mas nem tu, nem a tua barca naufragarão”.

“Tu me tens amado” 

Assim, a última fase de sua vida foi recoberta daquela poeira dourada, que se encontra nos “Fioretti” e na “Legende Dorée”. Os seus menores gestos tinham uma repercussão sobrenatural. Entretanto, acima de tudo isso, pairava habitualmente uma obscuridade compacta, de tal forma que Madre Francisca julgava haver perdido a fé. Ela se sentia tão cética como um livre pensador, e, contudo, ela cria porque queria crer, num esforço sobre-humano da vontade, que afrontava a escuridão da inteligência. E o seu sangue a envenenar-se, a envenenar-se cada vez mais, de modo a colocá-la próxima dos limites da demência...

Datam desta época os mais belos e inspirados escritos de Madre Francisca, pois que as suas trevas eram iluminadas momentaneamente por luzes vivíssimas, que a mergulhavam num mar de felicidade. Estes escritos são um alimento espiritual de primeira ordem, e aproximam, singularmente, sua autora dos grandes contemplativos que a Igreja produziu.

Assim discorreu pelos últimos anos de sua vida, até que entregou, santamente, a alma ao Criador, em 28 de maio de 1932. Dois anos antes ela escrevera a suas filhas: “É preciso amar Nosso Senhor generosamente, até a destruição de si mesmo, o que é absolutamente necessário, se se quer amá-Lo verdadeiramente”. Pois bem, Madre Francisca fora destruída de tal forma que nela já não havia senão o que o próprio Jesus Cristo edificara; em verdade, ela nascera novamente, havendo morrido tudo quanto nela era do pecado.

Depois de sua morte, grandes prodígios em curas e conversões se realizaram, mediante sua intercessão. Mas maior prodígio foi certamente o fato da Companhia da Virgem vir a perder a casa da Via Tuscolana, 367. Ao que parece, nem tudo fora convenientemente previsto no negócio da compra, e as pobres freiras foram vítimas de uma evicção, sendo desalojadas do Priorado, que lhes era tão caro. Como seria possível que uma Ordem, evidentemente abençoada pela Providência, sofresse semelhante revés? É verdade que, com isso, a Companhia mudou-se para o Brasil [1], para Petrópolis, vindo rezar pelas vocações neste país de clero escasso, berço de sua fundadora. Mas tudo não poderia ter-se passado de outra forma, sem aquele rude golpe, que mais parece um castigo?

Certa vez Madre Francisca de Jesus recebeu uma dessas notícias negras, que revelam adversidades maciças e totais, e ela exclamou, cheia de desalento: “Mas Senhor, que foi que eu Vos fiz, então?” Ao que Jesus Cristo imediatamente lhe respondeu: “Tu me tens amado”.


Madre Francisca de Jesus em seu leito de morte

[1] A imagem da Sagrada Face, desenhada por Madre Francisca, foi transferida para o Brasil, onde se encontra no Priorado da Virgem, em Petrópolis, para onde se transportaram as Religiosas da Congregação fundada pela insigne santa brasileira.

Para ver a publicação original, clique aqui.

Compre a reedição do livro sobre a vida dessa grande mística de nossa pátria, clicando aqui.
Para saber mais sobre o Mosteiro da Virgem em Petrópolis, acesse o link aqui.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

As migalhas para Deus


Esse texto será muito curto para fazer uma conexão com o título. A dura verdade da nossa geração é esta: damos as migalhas para Deus. Geralmente, QUANDO dedicamos um tempo para Deus, é um tempo extremamente reduzido (uma oraçãozinha pela manhã e olhe lá ou quem sabe à noite, já com o corpo tomado pelo cansaço de um dia de trabalho). E quando se trata da Igreja, o homem de hoje divide ainda mais as migalhas. Acredita que basta ir à Santa Missa e já cumpriu sua obrigação como quem risca uma atividade que deveria realizar na agenda e diz: pronto, já me livrei desse encargo.

O pior é que muitas vezes o homem – homem e mulher – vai à Igreja e “entra puro e sai vazio”, mesmo que tenha recebido a Eucaristia, isto é, o Corpo Santíssimo de Nosso Senhor, o alimento de vida eterna e, como Ele mesmo disse, “quem come deste pão e bebe deste sangue jamais terá fome e sede” (Jo 6, 35)! Isso acontece por muitos motivos, seja pela formação precária na catequese que não abre a cabeça ao entendimento, seja porque o padre não se faz entender na homilia, seja pela falta de generosidade com as coisas de Deus etc.

Existe uma piada entre nós que diz que o sacramento que mais salva é o oitavo. Na verdade, só temos sete sacramentos. O oitavo seria a ignorância, o desconhecimento. Acontece que a tragédia de nossa geração é que, graças aos meios de comunicação, principalmente, com a Internet, o acesso ao conteúdo espiritual ficou muito facilitado. Por exemplo, canais como Canção Nova, TV Aparecida, Rede Vida, Século XXI, que transmitem o Evangelho. Ou quem sabe nas redes sociais como a página do Padre Paulo Ricardo no Facebook com mais de 1,3 milhões de seguidores. Tudo muito fácil de encontrar: basta um clique no mouse ou um toque na tela do celular.

O que nos falta hoje é a vontade de nos esforçarmos em entrar pela porta estreita, “porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram” (Mt 7, 13). Quantas pessoas “de Igreja” você conhece e que vivem igual ou pior como aqueles que estão no mundo? O Papa Francisco insiste em combater a “mundanidade” que está na Igreja, que são aqueles que estão com o corpo aparentemente dentro do templo, mas o coração está fora (Mt 6, 21), eles têm a mente (a mentalidade) conformada com o mundo (Rm 12, 2).

Que câncer terrível nós padecemos. Que câncer terrível que nenhuma “campanha de conscientização” pode dar jeito. Que câncer terrível é o de dar a Deus sempre as migalhas, sempre as sobras, sempre os restos da nossa vida. Um sábio disse certa vez que tudo o que nos restava era DECIDIR o que faríamos com o tempo que nos deram.

A pergunta que me faço é: até quando daremos as migalhas para Deus?

domingo, 5 de novembro de 2017

Homossexualismo e pedofilia no clero

A destruição de Sodoma e Gomorra
A Catholic Family News pediu a Randy Engel para ajudar a esclarecer as questões básicas que envolvem o homossexualismo e a pedofilia na Igreja atualmente. Ela estudou e pesquisou a rede homossexual no sacerdócio católico e na vida religiosa por mais de 13 anos nos Estados Unidos. Acreditamos que seu comentário com base na obra do século XI do monge italiano São Pedro Damião vai colocar a crise atual em uma perspectiva adequada para os nossos leitores. Para conferir o conteúdo, faça download do arquivo.

Recomendamos também a leitura da obra de Michael White, em especial, para padres, na função de reitor, e de seminaristas, que pode ser comprada no melhor preço aqui.



sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Um breve resumo da fé católica em 95 teses



O texto abaixo nos foi fornecido pelo Pe. Françoá Costa:

HOJE, 31 OUTUBRO DE 2017, ME SENTI INSPIRADO A DIVULGAR NO FACE-EM-BERG, 95 TESES QUE AJUDAM A RECONHECER O CRISTÃO NO QUAL EXISTE A FÉ VERDADEIRA. NÃO SEI SE VOCÊ VAI TER PACIÊNCIA DE LÊ-LAS TODAS. LOGICAMENTE, A FÉ CATÓLICA NÃO ESTÁ TODA EXPRESSADA AQUI, MAS ESCOLHI ALGUNS ELEMENTOS QUE PODERÃO ESPECIALMENTE AJUDAR A DISCERNIR A VERDADE DO ERRO NOS TEMPOS ATUAIS. BOA LEITURA!

1. Há um só Deus em três Pessoas (Pai e Filho e Espírito Santo); portanto não somente o politeísmo é ilusão, mas também o é toda religião monoteísta que permanece fechada à Trindade das Pessoas divinas.

2. Há um só salvador, o Senhor Jesus Cristo; portanto não adianta procurar salvadores em tantas coisas, pois seu coração continuará vazio e se quiser preenchê-lo de verdade, mais cedo ou mais o entregará a Jesus.

3. Jesus Cristo é o Filho de Deus, Nosso Senhor. Portanto, estão errados aqueles que ousam colocá-lo ao lado de Buda ou Maomé, como se fossem iguais. Jesus Cristo é Deus, aqueles não o são. Logo, a diferença é, simplesmente, transcendental.

4. O batismo continua a ser necessário para a salvação. Portanto, estão errados aqueles que omitem esse sacramento às criancinhas.

5. Há uma só religião verdadeira, o cristianismo; portanto todas as outras são falsas.

6. Há uma só Igreja Cristã verdadeira, que é a Católica; portanto todas as outras igrejas e comunidades eclesiais nada mais são que cismas históricos e/ou caprichosos.

7. A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica. Se as pessoas têm a coragem de afirmar várias igrejas e também têm a ousadia de afirmar que a igreja é santa e pecadora, porque não falam também que ela é acatólica e não-apostólica? Quando a pessoa quer ser herege, deve ser pelo menos coerente. Portanto, o herege que não é inteligente não é um “bom” herege.

8. A Igreja continua sendo Una, mesmo que alguns cristãos tenham se separado dela.

9. A Igreja não deixa de ser Santa porque nós pecamos, somos nós que nos separamos um pouco mais dela cada vez que pecamos. Por isso o Sacramento da Confissão, não é somente reconciliação com Deus, mas também é reconciliação com a Igreja. Sendo assim, erram aqueles que dizem que a Igreja é santa e pecadora.

10. A Igreja é Católica, isto é, está destinada a se estender a todo mundo, como ordenou o Senhor. Não entender as missões como apostolado que quer principalmente converter as pessoas é deformar a característica da catolicidade na própria vida.

11. Os missionários não devem se dedicar principalmente à ação filantrópica, mas devem evangelizar. Portanto, uma evangelização que constrói muitos poços e alimenta os pobres, mas não conduz ao batismo, nem que seja a longo prazo, virou ONG.

12. A solução para evangelização em locais difíceis não é fazer diminuir a formação dos candidatos ao sacerdócio nem favorecer o sacerdócio de homens casados, mas é questão de fé. Os nossos irmãos doutros tempos tiveram dificuldades semelhantes nas missões, mas não ficaram diminuindo aspectos importantes da vida da Igreja e, portanto, não ficaram minando a fé dos fiéis.

13. A Igreja é Apostólica por sua constituição hierárquica: assim como Jesus fundou sua Igreja com o colégio dos apóstolos cuja cabeça era Pedro, continua mantendo-a com o colégio dos bispos cuja cabeça é o Papa, sucessor de Pedro.

14. Todos os seres humanos são chamados a entrar na Igreja Católica, pois fora dela não há salvação; portanto, o relativismo é uma doença dos nossos tempos.

15. Aquelas pessoas que chegam a salvar-se sem pertencer à Igreja Católica, se se salvam, esta salvação é em Cristo e na Igreja, já que não existe outro Nome que dê a salvação nem outra Igreja na qual salvar-se.

16. Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens, mas ele quis unir a si mediadores e intercessores, pois em toda a história da salvação Deus sempre agiu através de homens e mulheres escolhidos; portanto, aqueles que não veneram Nossa Senhora e os santos estão simplesmente errados.

17. Nós, os católicos, não somos donos da verdade, mas somos filhos do dono e herdeiros da Verdade para anunciá-la a todos os povos; portanto, esse complexo de inferioridade que existe em alguns católicos é uma enfermidade que pode ser curada.

18. A Bíblia foi escrita pela Igreja e na Igreja e só se entende corretamente na Igreja; portanto, Bíblia sem Tradição é um Livro sem reconhecimento do Escritor nem do intérprete. Se alguém interpretasse a Sagrada Escritura fora da Tradição seria um medonho absurdo.

19. O Cânon das Escrituras contém 73 livros, 46 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Erram aqueles que têm livros a menos na Bíblia. Ou seja, não são os católicos que têm livros a mais, são eles que os tem a menos.

20. A graça e a fé agem através da caridade e das boas obras; portanto, a afirmação da graça de Deus que não conte com a liberdade humana e as boas obras está fadada ao fracasso na prática.

21. O Espírito Santo é quem nos santifica; portanto é um erro não acreditar na possibilidade da santidade pessoal como também o é procurar a santidade por si mesmo, sem a graça do Espírito Santo.

22. Já que a fé sem obras é morta, nulo é também, para o cristão, o princípio da “fé somente”.

23. O homem não pode justificar-se a si mesmo por suas próprias obras, mas isso não significa que ele esteja totalmente corrompido e que não seja capaz de nenhuma obra boa.

24. O ser humano continua tendo o livre arbítrio mesmo depois do pecado original; negar isso é não abrir os olhos à realidade.

25. Não existe uma dupla predestinação. Isto é, não existem seres humanos predestinados aos céus e outros predestinados ao inferno. Tal coisa é absurda e contrária à misericórdia e à justiça divina.

26. Os mandamentos de Deus não são impossíveis de serem guardados quando contamos com sua graça e nos esforçamos para colaborar com ela. Há várias pessoas, por exemplo, que vivem perfeitamente o sexto mandamento da Lei de Deus. Pasmem os semeadores impuros dessa propaganda sexólatra atual!

27. A teoria que afirma a distinção entre pecados graves e mortais já foi combatida por João Paulo II na “Reconciliatio et Poenitentia”. A Tradição da Igreja conhece pecados que levam à morte (mortais ou graves) e pecados que não levam à morte (veniais ou leves). Distinguir entre pecados mortais, graves e leves contra a Tradição da Igreja é uma forma de colocar determinadas teologias por cima da Divina Revelação.

28. Deus mandou fazer imagens em várias passagens da Escritura, a Tradição Cristã sempre as fez e o Concílio II de Niceia dogmatizou o feitio e a veneração das mesmas; portanto, quem afirmar o contrário está totalmente equivocado.

29. É preciso amar o diálogo, mas sem sacrificar a verdade; portanto equivocam-se aqueles que em nome do diálogo fazem compromissos que os tornam traidores da Fé verdadeira.

30. Mesmo que já não exista um Índice dos Livros Proibidos, nem tudo é permitido; moralmente falando, o católico deve estar atento para não ler nem ver qualquer coisa. Portanto é uma falsa liberdade querer, em nome de considerar-se adulto na fé, ir atrás de qualquer teólogo errado e de qualquer filme ou novela ou outra coisa que mine a própria Fé.

31. Que o atual ecumenismo precisa tomar rumos corretos, é indubitável, pois tem praticado muitas vezes o “falso irenismo” denunciado pelo Vaticano II; portanto erram aqueles que promovem um ecumenismo que não honre a verdade.

32. A caridade é ordenada, por isso na ordem do amor ao próximo, primeiro estão os nossos irmãos na fé. Sendo assim, erram feiamente aqueles que são muito caridosos com os evangélicos e pessoas de outras denominações religiosas, mas são raivosos contra seus próprios irmãos, os católicos que querem ter uma Fé segundo o Credo e na disciplina da Igreja.

33. Não há problema ter vários ritos na única Igreja Católica. Eles também são católicos como nós. Não estão concordes com a caridade de Cristo aqueles que não aceitam a lícita pluralidade entre nós.

34. São João Paulo II já fechou solenemente o assunto sobre a ordenação das mulheres; logo não é possível conferir a ordenação sacerdotal a elas. Quem defende a ordenação das mulheres tem um pensamento demasiado humano e passa por longe das coisas do Espírito; tal “fiel” está errado.

35. Dizer-se cristão e dizer-se a favor do aborto em algum caso é simplesmente desumano e anticristão; estão errados todos os abortistas e fazem um pecado que clama aos céus. Deus tenha piedade dessas pessoas!

36. As pessoas que se casaram no Senhor e depois se separaram, por motivos muitas vezes alheios à sua vontade, não podem comungar; contudo, é possível um acompanhamento para ver se há alguma situação que lhes permita a recepção dos sacramentos (por exemplo, o caso daqueles que vivem juntos por causa da prole, mas não têm relação sexual, pois vivem como irmãos). Em todo caso, “Amoris Laetitia” deve se interpretar sempre no contexto da Tradição da Igreja.

37. Os padres e reitores de seminário deveriam estar muito atentos para que nos seminários não entrem rapazes homossexuais, eles não servem para serem ordenados sacerdotes, pois seria um prejuízo para a Igreja Católica. Estão errados os que pensam doutra maneira.

38. Rapazes mulherengos, beberrões, homossexuais, homicidas, avarentos e ímpios não devem ser padres. Fazê-los sacerdotes não é somente um erro, mas também um escândalo para tantos cristãos e para o mundo.

39. Os pedófilos devem ser punidos mesmo, inclusive presos pela autoridade civil, pois se trata de um crime contra o outro. Erram os que têm uma falsa misericórdia.

40. Querer ordenar homens casados para o sacerdócio é desconhecer e/ou desprezar a Tradição Latina segundo a qual somente aqueles rapazes que foram agraciados com o dom do celibato podem receber o Sacerdócio. Pensar de outra maneira não é somente ter uma mente pastoral, mas errar claramente quanto à nossa Tradição.

41. Todo confessor que permite o uso de anticoncepcionais, preservativos e outros atos intrinsecamente maus segundo a Moral Cristã, estão errados e não devem ser escutados pelos fiéis, pois tais padres não estão sendo bons pastores, mas lobos disfarçados.

42. Aceitar em casos extremos meios anticoncepcionais não é correto. Mesmo nesses casos, há que ter fé, pois sempre há uma saída. Acaso o Senhor quando voltar encontrará fé nesta Terra?

43. A Missa deve ser celebrada corretamente, segundo as leis da Igreja; inventar e passar por cima dessas leis é algo ímpio, pois se trata de mudar as disposições da Igreja, Esposa de Cristo, quanto ao modo de celebrar o Santo Sacrifício de Cristo, Divino Esposo. A Missa é simplesmente Missa, sem adjetivos.

44. Desejar que a Comunhão seja administrada somente na boca aos fiéis não é algo contra a piedade cristã. De fato, assim foi administrada durante séculos.

45. Os padres, na confissão sacramental, não devem deixar de passar a penitência aos fiéis nem omitir as palavras da absolvição, cuja parte essencial é esta: “E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo”. Fazê-lo de outra maneira é desconhecer ou desprezar parte do sinal sacramental desse Sacramento.

46. Se o sacerdote não passar a penitência, não por isso o Sacramento foi inválido porque o propósito de dar satisfação por seus pecados já está virtualmente contida em toda verdadeira contrição de qualquer penitente como elemento essencial. Contudo, não é correto não passar a penitência.

47. O Papa, seja ele quem for, sempre é o Vigário de Cristo e o sucessor do Apóstolo Pedro. Estão erradas todas as teorias sedevacantistas.

48. Alguns dizem que se o Papa errar então ele deixa de ser Papa e se apoiam em Santo Tomás e São Roberto Belarmino. Contudo, esses autores existiram antes da definição do dogma da infalibilidade pontifícia (1870). Após a definição do dogma já não se pode afirmar que se o Papa errasse solenemente em questão de fé e de moral, ele simplesmente deixaria de ser Papa. Não! Se isso, hipoteticamente, acontecesse, toda a Fé Católica estaria destruída. Se um dogma estivesse errado, por que os outros estariam certos?

49. Não podemos criticar o Santo Padre nem os nossos bispos publicamente, humilhando-os. Se temos que fazer alguma correção fraterna, há meios na Igreja para realizá-la na caridade e na verdade. Sejamos honestos, irmãos e caridosos.

50. Ninguém está negando o pluralismo em coisas plurais, mas defender “católicos com direito de decidir” como se o que Cristo deixou para a sua Igreja estivesse antiquado é não respeitar o primado de Deus. Esses tais se colocam por si mesmos fora da Comunhão com a Igreja.

51. A Missa é o Santo Sacrifício do Senhor, transformá-la numa mera ceia é herético.

52. O Sacramento da Eucaristia contém de maneira verdadeira, real e substancial todo o Cristo com o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Ou seja, nesse Sacramento não está apenas a figura ou o sinal ou o poder de Cristo.

53. O adorável Sacramento da Eucaristia contém todo o Cristo sob uma e outra espécie e sob cada uma das partes de cada uma das espécies. Portanto, não se deve tratar os pequenos fragmentos da hóstia consagrada de qualquer jeito. É preciso purificar bem os vasos sagrados e cuidar para que os pequenos fragmentos que se desprendem do pão eucarístico não se percam. É uma pena ver como em algumas igrejas se trata tão mal Nosso Senhor.

54. Os frutos da Eucaristia são vários, mas o principal não é o perdão dos pecados, como ensina a doutrina católica. Portanto, não se pode dizer que se deve dar a Eucaristia indiferentemente aos pecadores, já que Jesus veio para os pecadores. Portanto, continua válido aquela disposição da Divina Revelação de que comungar em pecado mortal é um horrível sacrilégio.

55. Os sacerdotes não devem negar a Unção dos Enfermos aos fiéis gravemente enfermos, tal negação além de ser uma negligência indigna de um sacerdote é também prejuízo para os fiéis. Pecam os sacerdotes que, sem causa justa, não dão a Unção aos fiéis de Cristo.

56. Queremos que não seja excluída a cultura cristã nas nossas nações, mas há pessoas da própria Igreja que retiram os sinais sagrados das nossas cidades: as torres das igrejas, as cruzes nas igrejas, as batinas e as roupas clericais, os hábitos dos religiosos. Se não utilizarmos esses sinais cristãos, como queremos que não sejam retiradas as cruzes dos senados e das escolas?

57. Os religiosos dão testemunho da escatologia no nosso mundo, nesse contexto é necessário que eles voltem a usar o hábito religioso.

58. As pessoas morrem e logo após vem o juízo e o prêmio ou o castigo. Não é verdade que depois da morte as pessoas ficam dormindo até o juízo nem é verdade que elas estão agora mesmo ressuscitando logo após a morte.

59. As indulgências continuam a ser uma doutrina católica e é possível fazer algo para ganha-las. Por outro lado, tenho minhas dúvidas se a Igreja realmente vendia indulgências, pois essa história pode estar mal contada, o que devia fazer era conceder indulgências se você fizesse determinada obra boa, uma das quais poderia ser uma ajuda para a construção da Basílica de São Pedro. Contudo, é possível que os pregadores da época tenham exagerado na pregação dando a entender que a Igreja vendia indulgências.

60. Hoje, contudo, as ofertas que damos para que se celebrem Missas por nós podem dar a mesma ideia de venda de graças, contudo todo católico sabe que não se trata de nenhuma venda de dons espirituais. E, contudo, sou a favor que se retire a tabela de emolumentos no que se refere aos sacramentos.

61. A identidade do sacerdote é Cristo, já chega de ficar buscando a identidade do sacerdote quando ela está bem definida. Portanto, toda espiritualidade sacerdotal que não busque uma maior configuração existencial com Cristo sacerdote pode até ser avançada e correr muito, porém corre fora do caminho. Pode até chegar longe na sua modernidade, mas não vai levar as pessoas para o céu.

62. A figura de sacerdote socializado, moderninho e cheio de adaptações do Evangelho tem seu castigo: a falta de vocações em tantas dioceses.

63. A Pastoral que funciona mesmo é a de São João Maria Vianney: rezar, atender confissões, preocupar-se com a salvação das almas.

64. O lugar dos sacerdotes católicos não é o palco, para evangelizar cantando existem leigos excelentes. Faltam muitos sacerdotes na pregação, no confessionário e na formação dos cristãos.

65. O lugar dos sacerdotes católicos não é a política, esse é um dos campos dos leigos. Lugar de padre é na condução do rebanho de Cristo rumo à eternidade. A formação que os padres dão aos fiéis será aproveitada também na política, porém como tradução real que cada fiel leigo deverá fazer livre e responsavelmente.

66. A Igreja existe para a salvação da humanidade, não para questões meramente sociais. Já dizia o Papa que a Igreja não é uma ONG.

67. O céu existe e é eterno. Erram aqueles que não acreditam na imortalidade da alma e no prêmio eterno.

68. O inferno existe e é eterno. Erram aqueles que dizem que o inferno é aqui.

69. Já que normalmente as pessoas não morrem totalmente purificadas e por isso não estão preparadas para ir ao céu, nem morrem – muitas vezes – em pecado mortal e por isso não merecem o inferno; é necessário que exista um término médio que as prepare para o céu. Esse estado intermediário se chama purgatório; negá-lo não é somente ofender a Bíblia, mas também ofender a razão.

70. Há vários séculos, os homens e as mulheres de Deus, os nossos santos, têm tido uma devoção enorme ao Rosário de Nossa Senhora. Não ser devoto de Nossa Senhora e não apoiar a reza do Rosário cheira mal ao nariz católico.

71. Se você participar de uma Missa e ela não for realizada segundo o rito católico ao menos substancialmente, então, pelo bem da própria Fé, você não está obrigado a participar daquela Missa. Vá a outra. Se não houver, faça alguma oração em casa mesmo e fique tranquilo, pois já que não tem Missa católica então não está obrigado a cumprir o preceito.

72. Os leigos têm o direito e o dever de advertir o clero sobre seus erros. Porém, como bons filhos, devem fazê-lo discreta e respeitosamente. Doutra maneira, seria prejudicar a unidade.

73. A ideologia de gênero se chama assim por ser uma teoria maluca inventada por pessoas que não se preocupam com o que diz a ciência. Portanto, são exatamente isso: ideólogos.

74. Católico a favor da ideologia de gênero está se separando da retidão dos costumes. Dá pena o despenhadeiro desses caóticos.

75. Foi muito bom que os espanhóis e os portugueses tenham evangelizado essas terras americanas, assim nos deixaram o grande amor ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora. Pensar que o trabalho deles foi um erro, apesar de alguns abusos, é desconhecer o bem da Boa Nova, que é Cristo.

76. Galileu Galilei não morreu atormentado pelos altos dignitários da Igreja Católica. Não. Galileu morreu como bom católico e depois de receber os Santos Sacramentos. Quem disser outra coisa, desconhece a história.

77. A Igreja Católica não é contra a teoria da evolução, tampouco é a favor. Esse campo das ciências a Igreja o deixa à livre discussão dos homens, sabendo que essa teoria não contradiz a fé, pois o importante nessas questões é afirmar que é Deus quem cria e infunde a alma em cada novo ser humano.

78. Como todo ser humano tem o desejo da felicidade e, portanto, o desejo de Deus, o ateísmo é uma realidade antinatural. Todos os ateus deveriam se esforçar por buscar a verdade e sair dessa situação.

79. A indiferença religiosa é uma desonestidade intelectual para consigo mesmo, pois todo ser humano deve buscar a verdade e segui-la em consciência uma vez encontrada. Erram aqueles que querem ficar comodamente preguiçosos na busca da verdade e do bem.

80. Nas canonizações, o Papa é infalível. Portanto, erram aqueles que duvidam se determinados santos canonizados são verdadeiramente santos.

81. É preciso reconhecer aqueles grupos que os Sumos Pontífices aceitaram como católicos, mesmo que a pessoa não goste. É temerário ir contra o Santo Padre.

82. Maria Santíssima é Mãe de Deus já que quem se encarnou foi o Filho de Deus. Ela é mãe de Deus segundo a humanidade de Jesus Cristo.

83. Maria Santíssima é sempre virgem: antes, durante e depois do parto. Parece-me um desrespeito não reconhecer esse grande dom de Deus dado à Nossa Senhora.

84. Maria Santíssima é Imaculada Conceição: ela foi concebida sem o pecado original. Além do mais, ela não teve nenhum pecado atual. Ela é toda santa.

85. Maria Santíssima, após o curso de sua vida, foi elevada ao céu em corpo e alma. Contudo, é opinável se Maria morreu ou não; opino que ela morreu e logo após foi levada ao céu em corpo e alma.

86. Maria Santíssima é nossa mãe na ordem da graça, afirma-o o Catecismo da Igreja Católica. Um cristão que não tem amor a Nossa Senhora está se distanciando da fé verdadeira.

87. O homem é imagem e semelhança de Deus, deve-se respeitar, portanto, a dignidade do ser humano. Essa consideração nos ajudará a aceitar as novas vidas humanas em nosso meio.

88. É fato: quando o homem despreza a Deus, diminui o ser humano.

89. O diabo existe e tenta muito. As pessoas que pensam que ele não existe caíram no jogo dele: fazer com que se acredite que ele não existe, pois assim ele atuaria mais facilmente.

90. O pecado é um ato pessoal. Mas, além disso, existe responsabilidade nossa em pecados cometidos por outros quando neles cooperamos.

91. Uma versão tímida do comunismo é o socialismo. Mas é justamente essa versão aguada do marxismo que está mostrando suas garras contra Deus e a Igreja.

92. Homem e mulher são iguais em sua dignidade e direitos, mas são diferentes em suas próprias constituições. Essas diferenças são boas e proporcionam a complementariedade que Deus quis entre homem e mulher.

93. A Lei Moral Natural não é um imperativo que chega a nós desde fora, mas é uma participação na sabedoria e na bondade de Deus. A Lei Moral expressa, desde dentro de nós mesmos, o sentido moral original e nos permite discernir o bem do mal, a verdade da mentira.

94. O católico não pode ser espírita nem pode realizar práticas alheias religiosas ao cristianismo. Não deve praticar adivinhações, recursos ao diabo, evocação dos mortos, consultas a horóscopos. O cristão católico deve rejeitar também a astrologia, a quiromancia, a interpretação dos presságios e da sorte, o recurso aos médiuns, a magia, a feitiçaria, o uso de amuletos.


95. Comer, beber e Fumar não são pecados; mas deve-se exercitar a virtude da temperança em todas essas ações. Não precisamos condenar os cristãos que sabem beber e fumar com moderação.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O desafio tremendo de ser padre


Se um professor estuda, prepara-se e dá uma aula de 45 minutos, ele está trabalhando.
Se um padre estuda, prepara-se e prega uma homilia de 45 minutos, ELE NÃO TRABALHA.

Se um psicólogo atende e aconselha pessoas, ele está trabalhando.
Se um padre atende e aconselha pessoas, ELE NÃO TRABALHA.

Se um administrador se organiza, faz reforma, contrata mão de obra, e gerencia uma empresa, ele está trabalhado…
Se um padre se organiza, faz reforma, contrata mão de obra e gerencia uma igreja, ELE NÃO TRABALHA.

Se um contador faz os cálculos, economiza, equilibra as finanças e faz investimentos, ele está trabalhando…
Se um padre faz cálculos, economiza, equilibra as finanças e faz investimentos na igreja, ELE NÃO TRABALHA.

Se qualquer um desses tirar férias, é justo, afinal, eles trabalham…
Já um padre não pode tirar férias, não deve receber salário e não merece respeito. Afinal, ELE NÃO TRABALHA.

São Paulo refuta essa visão em uma pergunta: “se entre vós semeamos bens espirituais, será, porventura, demasiada exigência colhermos de vossos bens materiais?” (1Cor 9, 11). “O operário é digno de seu sustento” (1Tm 5, 18).

O padre, assim como seu Mestre (Jo 15, 20), é alvo das mais desencontradas opiniões e sinal de contradição no mundo.

Se o padre for empreendedor, porque, na verdade:
– É ambicioso!

Se for calmo:
– É preguiçoso!

Se o padre for exigente:
– É intolerante!

Se não exige:
– É displicente!

Se o padre visita:
– É incômodo!

Se não visita:
– É irresponsável com os fiéis.

Se o padre fica com os jovens:
– É imaturo!

Se fica com os adultos:
– É antiquado e ultrapassado!

Se fica com as crianças:
– É infantil! (até se recai a suspeita de pedófilo. Leia um excelente artigo a respeito da pedofilia no clero, clicando aqui).

Se procura atualizar-se
– É mundano!

Se não atualizar-se:
– É mente fechada!

Se o padre cuida da família:
– É descuidado com a Igreja.

Se o padre cuida da Igreja:
– É descuidado com a família.

Se não tem boa oratória:
– É despreparado.

Se tem boa oratória:
– É exibido!

Se procura agradar a todos:
– É sem personalidade.

Se é positivo e procura corrigir:
– É parcial.

Se o padre se veste bem:
– É vaidoso!

Se veste-se mal:
– É relaxado!

Se não sorri:
– É cara dura.

Se o padre sorri:
– É irreverente.

Se realiza programas novos:
– É que só quer viver de promoções.

Se não realiza:
– É que não tem ideias.

Se o padre é alegre:
– É sem postura.

Se chora no Altar:
– É emotivo.

Se o padre fala alto:
– É irritante.

Se fala baixo:
– É sem firmeza.

Se o padre celebrar a missa na rua:
– Está barateando o Evangelho.

Se só fica na igreja:
– É acomodado nas quatro paredes.

Se o padre está triste:
– É que perdeu a fé.

Se o padre fica doente:
– É porque está em pecado.

Ser padre é um tremendo desafio. Em primeiríssimo lugar, Nosso Senhor quem escolhe e chama (Jo 15, 6). E o homem responde (Mt 9, 13). O vocacionado não pode se esquecer que Aquele que chamou, é fiel e o cumprirá (1Ts 5,24), pois o “chamado e dons de Deus são irrevogáveis” (Rm 11, 29).

O pastor precisa das ovelhas tanto quanto as ovelhas do pastor. Seja compreensivo com o seu padre e reze por ele. Ofereça penitências pela conversão dele e pela sua. Não critique seus defeitos, tampouco murmure contra ele.