quinta-feira, 8 de junho de 2017

A Igreja e a bebida alcoólica

Saúde!
Papa emérito Bento XVI em comemoração de seus 90 anos.

 A Igreja Católica não é puritana. O puritanismo protestante, sobretudo, o de raiz inglesa que "se embebedou" com a ideia distorcida de que é proibido tomar bebida alcoólica, de que a abstinência é uma obrigação do crente. Vejam que a influência desse pensamento é tão grande que nos EUA (colonizados pelos ingleses) criaram uma emenda constitucional para proibir a venda no século XX.

A Igreja, pelo contrário, entende com Nosso Senhor que "não é o que entra pela boca que torna o homem impuro" (Mt 15, 11). Reparem que o primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho mesmo, ou seja, com teor alcoólico e atestado pelo mestre dos serventes como de melhor qualidade (Jo 2, 1-9). Muitos monges, por exemplo, criaram fábricas de cerveja, de vinho etc.

Santo Tomás de Aquino, um dos pilares da doutrina católica, diz o seguinte:

“Nenhuma comida ou bebida, considerada em si mesma, é ilícita, conforme a palavra do Senhor: “Não é o que entra na boca que torna o homem impuro”. Portanto, beber vinho não é, de si, ilícito. Pode, porém, tornar-se ilícito, acidentalmente, para quem se deixa alterar com facilidade por ele, ou para quem fez voto de não bebê-lo; outras vezes, pelo modo de beber, quando se passa das medidas; e outras vezes, ainda, por causa dos outros, pelo escândalo que se pode dar”.

“O Apóstolo não diz simplesmente que é bom não beber vinho. Ele apenas aconselha que se evite escândalo no uso dele” (Rm 14, 21) [...] “Porém, a mesma Escritura nos diz, na carta de Paulo a Timóteo: “Não continues a beber somente água; toma um pouco de vinho por causa de teu estômago e de tuas freqüentes fraquezas” (I Tim 5, 23). Também o Livro do Eclesiástico diz: “O vinho bebido moderadamente é alegria da alma e do coração” (31, 36). (Suma Teológica, II-II, q. 149, a. 3)

Agora, ATENÇÃO: A Igreja condena o PECADO DA EMBRIAGUEZ. Sim, encher o pote, o caneco, até "perder a linha", perder o controle sobre seus atos, é PECADO GRAVE. Se é pecado grave, afasta a pessoa da comunhão aos domingos (1Cor 11, 29) e, devido à gravidade, só é perdoado mediante confissão individual com o padre (Jo 20, 23).

Todo pecado, mesmo o leve/venial, é uma ofensa infinita ao Bem infinito que é Deus e merece uma punição eterna, se não arrependido a tempo. Por isso, não podemos zombar da bondade e misericórdia de Deus (Gl 6, 7). Deus derrama sua misericórdia sobre aqueles que o temem (Lc 1, 50), como nos ensina a Virgem Maria. Precisamos buscar nossa salvação com temor e tremor (Fl 2, 12).

Bebeu? Caiu? Agora é hora de se "levantar dentre os mortos e Cristo te iluminará" (Ef 5, 14).

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