Em primeiro lugar, para entender
o que será explicado nesse texto não é preciso ter fé no “sacramento dos
sacramentos” da Igreja católica. Em algumas confeitarias, têm sido utilizadas
hóstias não consagradas para “incrementar” doces como se fossem “sanduíches
recheados”. Como na foto abaixo.
Se você se chocou com isso, é
sinal de que o alarme da sua consciência ainda está operando. Se você não vê
problema algum, mesmo sendo católico, a primeira pergunta que deve se fazer é:
qual a diferença entre o sagrado e o profano? Se não quiser pesquisar, eu
adianto. Etimologicamente, o sagrado é aquilo que foi reservado, separado para
o culto religioso. O profano é aquilo que está fora do ambiente/âmbito
religioso, isto é, não necessariamente significa desrespeito, mas pode ter este
sentido ofensivo também.
A Eucaristia ao longo da história
da Igreja recebeu muitos nomes. No Brasil, é conhecida como Comunhão ou só
simplesmente Hóstia. Nos quatro Evangelhos, o destaque vai para o capítulo 6 de
São João chamado de discurso eucarístico. Nosso Senhor quando falou a primeira
vez da Eucaristia perdeu muitos discípulos que pensaram que Ele propunha um “canibalismo
literal”. Sem contar a passagem da Última Ceia em que ele instituiu esse
sacramento de forma clara e pede que esse gesto se repita em sua “memória” (o termo
original significa mais que recordação, é atualização). São Lucas a designa de “fração
do pão” (At 2, 42) e São Paulo de pão que “lembra a morte do Senhor” (1Cor 11,
26). Não à toa um dos nomes da Santa Missa é Memorial da Paixão, Morte e
Ressurreição do Senhor.
Não foi só a Eucaristia que
recebeu muitos nomes, como também muitas formas. Cada vez mais a Igreja procurou
ajudar a fé de seus filhos. Por exemplo, por que existe “toda pompa” numa
procissão de Corpus Christi? Com todos aqueles paramentos dourados e objetos
como o Ostensório que recorda em seu formato o Sol de Justiça profetizado (Ml
4, 2)? Para que as pessoas, mesmo as não crentes, percebessem que havia algo de
diferente, de fora do comum, de, numa palavra, sagrado naquela procissão. Por isso
a Liturgia católica se encarregou de “ornar” a Eucaristia com tudo que fosse
necessário para realçar sua sacralidade, afinal, nada existe nesse mundo de
mais precioso que o Corpo e Sangue do Senhor. Nada é mais valioso.
A própria forma do pão que, mesmo
sendo um alimento presente na mesa de muitas pessoas, ganhou com o tempo uma
aparência específica e que, por sua simbologia repetida no mundo todo, é
facilmente identificada. Vou reproduzir a explicação dicionarizada que é
elucidativa: “disco pequeno e muito fino de pão sem fermento”. Esse formato
especial se consolidou para ajudar a fé dos fiéis. Se fosse a aparência trivial
de pão, ainda que sem fermento, dificultaria mais o ato de fé na Eucaristia. Para
crer na Eucaristia em que os sentidos humanos falham como diz Santo Tomás, é
preciso de toda a ajuda possível, não só da graça divina em primeiro lugar,
como também de todo recurso humano e esse formato especial ajuda sobremaneira
nisso. Os sentidos falham porque a Eucaristia tem cheiro de pão, tem gosto de
pão, tem aparência de pão, mas por causa da palavra de Nosso Senhor é seu Corpo
divino. O mesmo ocorre com o vinho transformado em sangue. Esse é o cerne do
dogma da transubstanciação.
Dogma este que satanistas, por
exemplo, entendem muito bem quando vão às Igrejas católicas, fingindo comungar,
para recolherem o corpo do Senhor para seus rituais macabros como as “Missas
Negras” e coisas afins igualmente horrendas e abomináveis aos olhos de Deus. Mas
até nesse terrível mal – o pior dos pecados – vemos a bondade de Nosso Senhor
que preferiu suportar esse crime tremendo a nos deixar sem sua presença e,
sobretudo, seu divino corpo como alimento como nos explica Santo Afonso ou da “medicina
de imortalidade” nas palavras de Santo Inácio de Antioquia, o primeiro a
designar a Igreja de “católica” (universal e única).
Parêntese: para evitar esses
crimes é importante que os padres incentivem a Comunhão na boca e, preferencialmente,
de joelhos ou, no mínimo, com uma flexão com o corpo. Se o padre não se
importa, o leigo tem o direito a receber desse modo.
Depois desse longo caminho, o quê
fazem os “docinhos de hóstia”? Eles transportam o “sagrado” para o “profano”,
para a “vulgarização”, para a recepção com irreverência. Ainda que a “hóstia”
não esteja consagrada. A sua aparência típica está inserida numa simbologia
sagrada, separada para o culto religioso. E não é um culto religioso qualquer. É
o ato máximo de culto que os católicos prestam ao Pai por meio de seu Filho
graças ao Espírito Santo (epiclese).
A pessoa que inventou isso, se
não tinha essa intenção deliberada, deu lugar ao demônio (Ef 4, 27). É uma
ideia satânica porque o docinho de hóstia destrói devagar a reverência que
devemos à aparência específica da hóstia. E da irreverência para a perda da fé
não é um passo distante. Quando você se habitua a profanar o que é sagrado, o
sagrado perde sua identidade/ sua essência e passa a ser profano.
Por isso o docinho de hóstia não
pode ser estimulado. Recomendamos que não compre, não coma e exorte à confeiteira
que isso não é correto. E, ainda que você não se importe e professe a fé
católica, você precisa ter caridade com seus irmãos. Se o docinho de hóstia é
pedra de tropeço para eles, se isso os escandaliza, você tem que cumprir o
mandamento do amor próximo e lutar contra o docinho de hóstia. Com todas as
suas forças.
Se você é protestante e não
acredita nessas “baboseiras de idólatras”, você também está vinculado ao
segundo mandamento mais importante que resume a lei e os profetas (Mt 22, 20). E
se não nos considera irmãos em Cristo, e sim, “inimigos da sua fé”, deve nos
amar, nos respeitar e orar por nós (Mt 5, 44). Não deve nos ofender como fez uma
cantora gospel nos tachando de “adoradores de bolacha branca”. Isso ofende a
caridade cristã. E se em sua igreja, existe o costume da ceia do Senhor, é
provável que acreditem na consubstanciação como Lutero alegava. Portanto, tem
um motivo extra para nos ajudar a impedir que os docinhos de hóstia sejam mais
incentivados.
Se você não é cristão, mas
conhece o que é amar e entende a importância da religião e do papel da Igreja
católica na sociedade (e no mundo com a construção da civilização ocidental
conforme o documentário do PhD Thomas Woods disponível no YouTube), IMPLORAMOS seu
apoio e sua compreensão. Ajude-nos nessa campanha de preservar a fé católica.
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