Certa vez enquanto conversava com
um amigo, que estudava Teologia para se tornar pastor, ele me fez uma pergunta
simples e desconcertante. Ele queria saber se Nossa Senhora de Fátima e Nossa
Senhora Aparecida eram a mesma pessoa. Ali ficou claro para mim que muitas
disputas religiosas (católicos x protestantes) acontecem por conta da
ignorância (não no sentido de "burrice", mas de não ter interesse de
procurar entender mais a fundo o credo do outro).
O protestantismo nasce de
"protestos" contra a Igreja católica por uma conjuntura muito
desfavorável do início do século XVI. Vou copiar até uma expressão acadêmica...
de uma confluência perversa, sobretudo na política alemã. Não quero tratar da "Reforma", embora até hoje seus efeitos permaneçam. A divisão da divisão, só que entre protestantes, e assim por diante.
Duas coisas que eu nunca vi, o que não significam que não tenham acontecido, não aconteçam ou não possam vir a acontecer, pois não sou o centro do universo. Nunca vi: um
católico bem formado deixar a Igreja católica e um protestante que conhecesse a
fundo o catolicismo para além da casca de clichês. Geralmente, o que se tem no
atacado e no varejo são visões muito simplistas, interpretações equivocadas
etc.
Acrescento que participei na faculdade durante
mais de um ano de um grupo de estudo bíblico "ecumênico" formado por
maioria de protestantes e quão agradáveis eram os debates sobre a Bíblia.
Para quem conhece pouco a
doutrina católica, tem que levar em conta que o catolicismo não é a religião de
um livro, mesmo que este seja sagrado. É religião de uma Pessoa: Nosso Senhor
Jesus Cristo que, por estar vivo, é essencialmente dinâmico. A sua Palavra -
Ele mesmo - nos é esclarecida em três faróis: Bíblia, Tradição e Magistério.
Cremos que a Igreja é Cristo
continuado na história (At 9, 4) e que, portanto, permanece nos revelando
"toda a Verdade" (Jo 16, 13), isto é, Ele mesmo. Em miúdos, Ele já
nos disse tudo que precisava dizer, mas o "tudo" se esclarece à
medida que o tempo passa. E a sua Palavra renova todas as coisas (Ap 21, 5)
conforme a nossa capacidade de suportá-La (Jo 16, 12).
Infelizmente, não é algo tão
simples de ser explicado. São Paulo resume: “Este mistério é grande, quero
dizer, com referência a Cristo e à Igreja" (Ef 5, 32). Mas respondendo à
dúvida do futuro pastor, disse que eram representações diferentes da Mãe do
Senhor (Lc 1, 43). O termo técnico é: título. São títulos diferentes de Nossa
Senhora em que cada título guarda uma longa história.
Por que as representações são
diferentes? A resposta é arte. Cada artista representa a Mãe do Senhor com um
aspecto que lhe apetece (nariz mais fino, mais redondo; mais clara, mais
morena; com roupas simples ou sofisticadas etc.). Estou
"simplificando" muito essa resposta. Tinha que levar em conta a
descrição dos videntes em aparições etc.
Enfim, a grande evasão de
católicos se dá por questões humanas (falta de acolhimento, brigas,
desentendimentos com padres, lideranças, maus exemplos etc.), e não tanto por
doutrinais. Mas de que adianta estar certo (ter a razão no cérebro) e não amar
o irmão (ter a razão no coração)? Muito pouco.
Aos católicos que enfrentam
problemas na sua paróquia, eu queria deixar um testemunho pessoal. Igreja não é
lugar para se sentir bem. É claro que se você se sentir bem será um combo
maravilhoso. Sigo a Igreja católica por acreditar com toda a minha alma ser a
única que Jesus realmente quis e deixou. Ser, em miúdos, a verdadeira. Se eu
não cresse nisso, nunca mais iria à Missa ou participaria de qualquer
atividade.
Muitas vezes, eu vivi na pele o
que São Paulo recomenda: "Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos
mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos
perdoou, assim perdoai também vós" (Cl 3, 13).
Sigamos, meus irmãos, pois
"quem persistir até o fim, será salvo" (Mt 24, 13).
VIVA NOSSA SENHORA APARECIDA,
PADROEIRA DO BRASIL!
VIVA CRISTO REI!
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