Publicamos, sob autorização, uma excelente resenha do Pe. Juliano Ribeiro Almeida sobre o filme, também homônimo do livro, Ó Código da Vinci, escrito em 2006. O texto nos recorda o livro do Eclesiastes: nada há de novo debaixo do sol...
O FILME DO CÓDIGO
Pe. Juliano Ribeiro Almeida
Na próxima
sexta-feira estréia nos cinemas de todo o Brasil o filme “O Código Da Vinci”,
considerado a bilheteria mais esperada do ano e, certamente, um dos maiores
sucessos cinematográficos dos últimos tempos, se seguir o estrondo de vendas
que teve o livro que o inspirou.
Não há mais
como desautorizar a obra; isso já foi feito e também vendeu bastante. Mas não
adianta mais, pois a campanha já obteve o efeito desejado; e tudo colaborou
para que a expectativa enfim vencesse o receio: até mesmo os pronunciamentos
contrários ao filme por parte de algumas instâncias da Igreja Católica já
cumpriram o seu papel de incentivar ainda mais a curiosidade do público. O
polêmico nunca vai ser tão gostoso de se devorar quanto o proibido.
O fato é
que o filme está aí e todos assistirão a ele. O público não-leitor também vai
ter acesso à intrigante investigação do professor de simbologia religiosa Robert
Langdon e da criptógrafa Sophie Neveu sobre um assassinato em Paris envolvendo
um membro de uma antiga confraria que guarda alguns grandes pretensos segredos:
Na p. 251 do livro, faz-se um grande alarde para se dizer
que Jesus foi um “homem mortal”. Grande coisa! A própria profissão de fé dos
cristãos já afirma isso: “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado”. O cristianismo professa que Jesus morreu de verdade, pois assumiu
em tudo a condição humana.
Adiante, na página 273, revela-se que Jesus é “um profeta
totalmente humano”. Onde está a novidade nessa afirmação!? Os cristãos acreditam
que Jesus era, sim, verdadeiramente humano, mas isso não significa negar que
Ele seja divino. A doutrina cristã sempre afirmou que Cristo é “verdadeiro Deus
e verdadeiro homem”, e não metade Deus, metade homem.
Um dos erros crassos de Dan Brown foi apresentar a
interpretação que alguns evangelhos apócrifos fizeram desse “segredo” e
apresentá-los como algo guardado a sete chaves pelo Vaticano, quando na verdade
eles estão publicados, estudados nos seminários e facilmente localizados em
sebos de toda sorte. Parece que a receita do autor é a mesma boa e velha
tempestade em copo d’água; a mesma utilizada já em outros filmes, como Stigmata
e O Corpo, por exemplo.
Quando se achava que a teoria do Santo Graal não alcançaria
um lugar mais digno que aquele em Indiana Jones , lá vem a inusitada nova versão dos
fatos: o Santo Graal não seria verdadeiramente o cálice da última ceia, mas a
notícia de que o discípulo amado não era João, o evangelista, mas Maria
Madalena, com quem Jesus teria se casado e estabelecido uma descendência que
hoje vive na França.
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